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2012 - Livro Vermelho 2013

Chrysoblastella chilensis (Mont.) Reimers EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 30-08-2012

Criterio: B1ab(iii)+2ab(iii)

Avaliador: Tainan Messina

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Ocorre em Campos de Altitude nos Estados nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, estando sujeita a apenas duas situações de ameaça. Tem EOO de 269,87 km². Apesar de protegida por unidades de conservação (SNUC), a frequência do fogo nas suas regiões de ocorrência é bastante significativa. Este fato, associado à vulnerabilidade da espécie às queimadas e ao declínio constante na qualidade do hábitat, permite avaliar a espécie como "Em perigo" (EN).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Chrysoblastella chilensis (Mont.) Reimers;

Família: Ditrichaceae

Sinônimos:

  • > Trichostomum chilense ;
  • > Trichostomum chilensis ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita originalmente na obra Hedwigia 66: 51. 1926., a espécie é monotípica, fácil de distinguir pelo seu aspecto carnoso e por características microscópicas particulares (Larraín, 2009). Foram empregadas muitas classificações até ser finalmente considerada como uma espécie distinta, o que pode ter mascarado os dados de distribuição (Sainsbury, 1971; Buck, 1981).

Distribuição

A espécie não é endêmica do Brasil, sendo mencionada na Lista de Musgos do Chile (He, 1998). Sua distribuição se estende através da Cordilheira dos Andes, até a Colômbia e a República Dominicana; além disso, possui registros em algumas ilhas subantárticas, como Tristão da Cunha, Ilha Marion, Geórgia do Sul e Ilha Macquarie, além de Nova Zelândia e sudeste da Austrália (Larraín, 2009). No Brasil a espécie ocorre nos Estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro (Peralta, 2012). Foi registrada em altitudes de até 2100 m, no Planalto do Itatiaia (Costa et al., 2005); em regiões andinas costuma ocorrer até cerca de 5.000 m de altitude (Kuc, 2000).

Ecologia

Espécie terrícola, possui forma de vida em tufo (Peralta, 2012), ocorre em vegetações campestres de altitude nos Neotropicos; no Brasil, os registros foram efetuados em Florestas Ombrófilas Densas (Costa et al., 2009) e Campos de Altitude (Peralta, 2012) associados ao Domínio Fitogeográfico Mata Atlântica (Costa et al., 2009; Peralta, 2012).

Ameaças

1.1 Agriculture
Incidência local
Severidade high
Detalhes A Serra de Itatiaia, apesar de possuir uma unidade de conservação (SNUC) de proteção integral, sofre com a questão fundiária; a área protegida não é respeitada, e atividades como abertura de pastagens e culturas cíclicas e permanentes configuram as maiores ameaças a integridade de sua biota (Rocha et al., 2003).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência local
Severidade high
Detalhes Os Campos de Altitude sofrem com o progressivo aumento de atividades antrópicas em seu entorno e interiror; a sensibilidade dos solos, rasos, facilita que processos erosivos entrem em curso; a remoção da vegetação tampão no entorno facilita a invasão de espécies exóticas de alto poder competitivo, que uma vez instaladas, competem diretamente por recursos com a flora nativa, muitas vezes suprimindo-a (Martinelli, 2007).

1.7 Fire
Incidência local
Severidade high
Detalhes Aximoff (2011) reporta intensos incêndios nas áreas altas do Estado do Rio de Janeiro; no Itatiaia, uma das localidades onde a espécie foi registrada, os incêndios incidem severamente sobre a vegetação de Campos de Altitude no Planalto, configurando séria ameaça a perpetuação da flora nativa, como C. chilensis.

1.3.1 Mining
Incidência local
Severidade high
Detalhes A mineração de granito-gnaisse e outras rochas alteram irremediavelmente o substrato onde C. chilensis ocorre (Martinelli, 2007).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência local
Severidade high
Detalhes O Estado do Espirito Santo, onde a espécie também possui registros, perdeu a mair parte de sua cobertura vegetal nos últimos séculos de exploração; dados do SOS Mata Atlântica (2011) indicam que menos de 12% da vegetação original do Estado permanece sem alterações significativas.

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: "Em Perigo" (EN) segundo a Lista da flora ameaçada do Estado do Espirito Santo (Simonelli; Fraga, 2007).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: A espécie ocorre em duas unidades de conservação (SNUC) no Estado do Rio de Janeiro: Parque Nacional do Itatiaia e Área de Proteção Ambiental da região serrana de Petrópolis (Costa et al., 2005).

Referências

- COSTA, D.P.; IMBASSAHY, C.A.A.; SILVA, V.P.A.V. Diversidade e importância das espécies de briófitas na conservação dos ecossistemas do estado do Rio de Janeiro. Rodriguésia, v. 56, n. 87, p. 13-49, 2005.

- ROCHA, C.F.D., BERGALLO, H.G., ALVES, M.A.S. & SLUYS, M.V. A biodiversidade nos grandes remanescentes de ? orestais do estado do Rio de Janeiro e nas restingas da Mata Atlântica. 2003.

- LARRAÍN, J. Chrysoblastella R.S.Williams in Musgos de Chile. Disponivel em: <http://www.musgosdechile.cl>. Acesso em: acessado em 04/07/2012.

- BUCK, W.R. A reviw of the Cheilothela (Ditrichaceae). Brittonia, v. 33, n. 3, p. 453-456, 1981.

- SAINSBURY, G.Q.K. A handbook of the New Zealand Mosses. Bulletin Royal Society New Zealand, v. 5, p. 1-490, 1971.

- HE, S. A Checklist of the mosses of Chile. Journal of the Hattori Botanical Laboratory, v. 85, p. 103-189, 1998.

- KUC, M. Altitudinal additamenta to the uppermost ranges of mosses in Ecuador. Tropical Bryology, v. 18, p. 39-48, 2000.

- COSTA, D.P. ET AL. Briófitas - Musgos. In: STEHMANN, J.R. ET AL In Plantas da Floresta Atlântica. 2009.

- SIMONELLI, M.; FRAGA, C. N. (ORG.). Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo. Vitória, ES: IPEMA, 2007. 144 p.

- AXIMOFF, I. O que perdemos com a passagem do fogo pelos campos de altitude do estado do Rio de Janeiro. Biodiversidade Brasileira - Número Temático: Ecologia e Manejo de Fogo em Áreas Protegidas, v. 1, n. 2, p. 180-200, 2011.

- MARTINELLI, G. Mountain Biodiversity in Brazil. Revista Brasileira de Botânica, v. 30, n. 4, p. 587-597, 2007.

- SOS MATA ATLÂNTICA, INPE. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, Período 2008-2010, São Paulo, SP, 2011.

Como citar

CNCFlora. Chrysoblastella chilensis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Chrysoblastella chilensis>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 30/08/2012 - 19:29:59